As redes sociais são o centro de toda estratégia de marketing

O marketing cotidiano acontece nas redes sociais: campanhas, conversas, colaborações, memes e marcos.

Cada ponto de contato retorna para onde o público já passa seu tempo — online, desde podcasts compartilhados no YouTube, Instagram Reels, TikTok e Shorts, até campanhas de marcas globais que têm lançamento primeiro nas redes sociais. Três estudos recentes mostram que as redes sociais são mais do que uma simples parte da estratégia.

O papel da IA nas redes sociais

O relatório State of AI in Social Media 2025 revela que 96% dos profissionais de redes sociais utilizam IA em seu fluxo de trabalho, sendo os usos principais a geração de ideias de conteúdo, redação de posts, legendas e chamadas.

Inovações mais recentes — como criação de imagem e vídeo, mensuração e automação — ainda estão pouco aproveitadas, o que sugere que ferramentas “mais profundas” de IA permanecem em estágio inicial de adoção.

Seis em cada dez profissionais de marketing afirmam que o conteúdo gerado por IA agora iguala ou supera os posts criados por humanos, sendo as três ferramentas de IA mais usadas o ChatGPT, o Canva e o Gemini. Mais de um terço dos entrevistados não monitoram a performance do conteúdo feito por IA, o que deixa uma lacuna entre criação e mensuração.

Cerca de 73% dos participantes dizem que a IA os ajuda a experimentar novos formatos ou estratégias. Apesar de a IA ter transformado fluxos de trabalho e velocidade, ela não pode completamente substituir vozes únicas online, e é aí que os profissionais de marketing podem ir além do hype inicial da IA e passar a analisar o conteúdo gerado com mais criticidade.

Podcasting na era social

O estudo “Podcasting and Social Media” mostra como os podcasts de topo se transformaram para além do formato apenas áudio. Entre os 100 podcasts mais bem posicionados dos EUA, o YouTube emergiu como a plataforma líder, com 87% deles publicando no canal e atingindo uma média de engajamento de 3,13%.

O Instagram ficou em segundo lugar, com média de engajamento de 2,08% e 5.517 interações por post — 724% acima da média da plataforma. Isso se deve em grande parte aos Reels, que respondem por quase 80% do conteúdo desses podcasts compartilhado na plataforma.

Enquanto o YouTube conduz visualizações e engajamento de base leal, o Instagram entrega interações mais rápidas. O YouTube atrai audiências que querem assistir e escutar, enquanto o Instagram alimenta descoberta por meio de trechos curtos e compartilháveis.

Ou seja: os podcasts não prosperam apenas em áudio, mas crescem nas plataformas sociais, onde formatos visuais e interativos dominam. Conteúdo de formato curto gera awareness e cria hype de marca, enquanto conteúdo de formato longo constrói profundidade no YouTube.

Anúncios sociais: os painéis digitais de hoje

O estudo 2025 Social Ads revela que a publicidade nas redes sociais é o “novo” outdoor marketing — porém mais inteligente, rápida e mensurável. A plataforma TikTok é a vencedora em termos de descoberta, com investimentos de marca 85% maiores em campanhas de alcance nessa rede. No meio do funil, o TikTok continua performando bem — campanhas de tráfego entregam taxa de cliques 94% maior do que o Meta (plataformas como Facebook/Instagram) –, representando cerca de 75% das conversões dessa rede. Já na parte de fechamento de vendas, o Meta continua imbatível: suas campanhas geram 61,3% de todas as conversões, a um custo por ação até sete vezes menor que o TikTok.

O TikTok substituiu o Meta como plataforma de descoberta e tráfego, enquanto este último permanece indispensável para vendas. Essa mudança reflete as preferências da Geração Z e de audiências mais jovens, especialmente com o crescimento de campanhas de influenciadores e conteúdo gerado por usuários (UGC).

Em 2025, o sucesso depende de encontrar o público onde ele está nas redes sociais — em formatos com prioridade para vídeo, favorecidos por audiências mais jovens.


O novo centro da estratégia de marketing

Em 2025, as redes sociais deixaram definitivamente de ser um simples canal de divulgação. Elas se consolidaram como o núcleo da experiência de marca. Tudo — desde campanhas pagas, relacionamento com clientes, até a coleta de dados — gira em torno das interações e percepções formadas dentro dessas plataformas.

Os consumidores já não esperam ser encontrados: eles descobrem, avaliam e decidem dentro do ambiente social. É ali que as tendências nascem, os memes ganham força e as opiniões sobre marcas são formadas. Para as empresas, isso significa que ignorar a dinâmica das redes é o mesmo que abrir mão da relevância.

A verdadeira estratégia de marketing integrada hoje é aquela que conecta todas as etapas do funil à presença social:

  • A descoberta acontece no TikTok, Reels e Shorts;
  • O relacionamento se consolida via conteúdo no Instagram e YouTube;
  • E a conversão continua encontrando força em plataformas consolidadas como o Meta e o Google.

Essa convergência transforma o marketing digital em um ecossistema contínuo, no qual o público transita sem barreiras entre entretenimento, informação e consumo.


A evolução do conteúdo: da influência à comunidade

Outro ponto essencial é o papel da comunidade. O público moderno não quer apenas consumir conteúdo — quer participar dele. As marcas que se destacam em 2025 são aquelas que abrem espaço para coautoria, permitindo que o público crie, remix e compartilhe experiências.

O conteúdo gerado por usuários (UGC) e as campanhas com microinfluenciadores cresceram de forma exponencial, sobretudo porque o público passou a valorizar autenticidade e identificação mais do que produções excessivamente polidas.

Mesmo grandes empresas estão adotando uma estética mais orgânica, apostando em vídeos feitos com celular, gravações espontâneas e bastidores de verdade. Essa tendência reforça a ideia de que o impacto emocional — e não apenas a perfeição técnica — é o que realmente move o engajamento.

O novo modelo de influência, portanto, é mais horizontal do que hierárquico. Os consumidores se veem representados nos criadores e confiam mais em recomendações que parecem reais do que em anúncios tradicionais.


IA + Criatividade: a dupla que redefine o marketing

Apesar do entusiasmo com a inteligência artificial, o artigo ressalta que o diferencial competitivo das marcas continuará sendo a capacidade criativa humana.

A IA assume o papel de aceleradora — ajuda a testar ideias, adaptar formatos, gerar insights e otimizar tarefas repetitivas —, mas o que diferencia uma marca no mercado saturado de 2025 é a voz autêntica que conecta emocionalmente com as pessoas.

Em outras palavras, o futuro do marketing não será totalmente automatizado, e sim humanizado com o apoio da IA. As empresas que dominarem esse equilíbrio vão criar narrativas poderosas e manter um ritmo de produção eficiente sem perder o toque humano.


O marketing social como infraestrutura da marca

Hoje, as redes sociais são o que as vitrines foram no século XX e o que os sites foram nos anos 2000. Elas são a infraestrutura da percepção de marca — o espaço onde identidade, propósito e valor se encontram diante do público.

O consumidor não vê mais distinção entre “digital” e “offline”: ele vive uma jornada fluida. Um vídeo de 15 segundos no TikTok pode gerar curiosidade suficiente para uma busca no Google, que leva ao site e, em seguida, a uma compra.

Por isso, as marcas precisam planejar sua presença social não como um complemento, mas como a espinha dorsal da estratégia de comunicação.

Essa presença precisa ser:

  • Coerente, com linguagem e visual alinhados em todas as plataformas;
  • Relevante, participando de temas e momentos culturais com autenticidade;
  • Interativa, incentivando o diálogo e a criação coletiva;
  • Mensurável, com dados que retroalimentam as decisões estratégicas.

Olhando para o futuro: o marketing como conversa contínua

O marketing de 2025 é um diálogo, não um discurso. As marcas mais fortes não são as que falam mais alto, mas as que ouvem melhor.

Elas entendem o ritmo das conversas digitais, o tom dos memes, as causas que mobilizam o público e a forma como a cultura se manifesta nos feeds. Estão presentes não apenas para vender, mas para fazer parte da conversa social — com propósito, empatia e relevância.

À medida que as fronteiras entre publicidade, conteúdo e tecnologia se dissolvem, o futuro do marketing dependerá de três pilares fundamentais:

  1. Autenticidade – manter a voz humana em meio à automação;
  2. Adaptação – ajustar-se constantemente às novas formas de consumo de mídia;
  3. Análise – usar dados e IA não apenas para medir, mas para entender pessoas.

Conclusão

A paisagem de 2025 deixa claro que as redes sociais são muito mais do que uma ferramenta de divulgação: elas são o centro da experiência de marca, o termômetro da cultura digital e o campo de prova da criatividade moderna.

A integração entre inteligência artificial, vídeos curtos, podcasts e campanhas sociais redefine o papel dos profissionais de marketing. Agora, a capacidade de construir conexões humanas em ambientes digitais é o verdadeiro diferencial competitivo.

Em um cenário onde cada scroll pode ser uma decisão de compra e cada interação pode moldar reputações, o sucesso pertence às marcas que conseguem ouvir, criar e reagir em tempo real.