Como Marcas de Alimentos e Bebidas Podem se Adaptar Sem Dados de Primeira Mão

Para marcas de bens de consumo embalados (CPG) no setor de alimentos e bebidas, o marketing orientado por dados é essencial para o sucesso. No entanto, diferentemente das marcas que vendem diretamente ao consumidor (DTC), as empresas que comercializam seus produtos por meio de varejistas muitas vezes não têm acesso aos dados de primeira mão dos clientes no ponto de venda. Essa limitação dificulta a personalização de campanhas e a fidelização de clientes.

Com a eliminação gradual dos cookies de terceiros e o aumento das restrições de privacidade, é fundamental que essas marcas adotem estratégias alternativas para coletar e utilizar dados de forma eficaz.

1. Investir em Programas de Fidelidade e Aplicativos Próprios

Desenvolver programas de fidelidade e aplicativos móveis permite que as marcas coletem dados diretamente dos consumidores. Essas plataformas podem oferecer recompensas personalizadas, promoções exclusivas e conteúdo relevante, incentivando os consumidores a compartilhar informações voluntariamente.Power Digital Marketing

2. Utilizar Dados de Segunda Mão por Meio de Parcerias Estratégicas

Estabelecer parcerias com varejistas e outras marcas complementares pode proporcionar acesso a dados de segunda mão. Por exemplo, colaborar com supermercados para obter insights sobre o comportamento de compra dos consumidores pode ser uma maneira eficaz de entender melhor o público-alvo.

3. Implementar Tecnologias de Rastreamento do Lado do Servidor

Adotar soluções de rastreamento do lado do servidor permite coletar dados de forma mais precisa e segura, respeitando as regulamentações de privacidade. Essa abordagem reduz a dependência de cookies de terceiros e melhora a qualidade dos dados coletados.Mobivity Recompensas Conectadas

4. Apostar em Publicidade Contextual e Segmentação Geográfica

Com a diminuição da eficácia dos cookies de terceiros, a publicidade contextual e a segmentação geográfica tornam-se alternativas viáveis. Anunciar em contextos relevantes e direcionar campanhas com base na localização dos consumidores pode aumentar o engajamento e as taxas de conversão.

5. Criar Conteúdo Interativo e Engajador

Produzir conteúdo que incentive a participação dos consumidores, como enquetes, quizzes e desafios nas redes sociais, pode gerar dados valiosos e fortalecer o relacionamento com o público. Além disso, esse tipo de conteúdo aumenta a visibilidade da marca e promove o engajamento orgânico.LinkedIn

6. Explorar Embalagens Inteligentes e Códigos QR

Integrar tecnologias como códigos QR nas embalagens dos produtos permite que os consumidores acessem conteúdo exclusivo, ofertas especiais e informações adicionais. Essa interação direta fornece dados sobre o comportamento do consumidor e melhora a experiência de compra.

7. Analisar Dados de Vendas e Tendências de Mercado

Mesmo sem acesso direto aos dados dos consumidores, é possível obter insights valiosos por meio da análise de dados de vendas e tendências de mercado. Monitorar o desempenho dos produtos, identificar padrões de compra e acompanhar as preferências dos consumidores ajuda a tomar decisões estratégicas mais informadas.


8. Incentivar o Cadastro Voluntário com Transparência

Muitas vezes, os consumidores estão dispostos a fornecer dados pessoais, desde que saibam como essas informações serão utilizadas. Por isso, é importante adotar uma abordagem transparente. Explicar de forma clara os benefícios do cadastro — como descontos, conteúdos personalizados ou acesso antecipado a lançamentos — pode aumentar significativamente a taxa de adesão voluntária.

Além disso, manter a conformidade com legislações como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) no Brasil e o GDPR na Europa não é apenas uma obrigação legal, mas também uma oportunidade para mostrar o comprometimento da marca com a privacidade do usuário.

9. Utilizar Inteligência Artificial para Enriquecer Dados

Mesmo com dados limitados, as marcas podem usar algoritmos de inteligência artificial (IA) e machine learning para inferir comportamentos e preferências dos consumidores com base em padrões. Isso inclui, por exemplo, identificar quais produtos têm maior propensão de compra cruzada, prever picos de demanda ou personalizar recomendações em canais digitais.

A IA permite que mesmo uma pequena quantidade de dados gere insights poderosos, tornando-se uma ferramenta indispensável na era pós-cookie.

10. Construir Comunidades Próprias

Por fim, investir na criação de comunidades — seja em redes sociais, fóruns próprios, ou programas de embaixadores — pode oferecer um canal direto de relacionamento com os consumidores. Nesses espaços, os usuários compartilham espontaneamente experiências, opiniões e preferências, gerando dados qualitativos que são extremamente valiosos para a estratégia de marca.

Além disso, comunidades promovem a fidelidade à marca e estimulam o boca a boca digital, que tem grande influência nas decisões de compra, especialmente no segmento de alimentos e bebidas.


Conclusão: Dados Menores, Relações Maiores

Embora o fim do rastreamento de terceiros represente um desafio, ele também cria uma oportunidade para as marcas de alimentos e bebidas repensarem sua relação com os consumidores. O foco deixa de ser a coleta massiva de dados para se tornar a construção de relacionamentos de confiança, baseados em troca de valor real.

Ao colocar o consumidor no centro das estratégias — respeitando sua privacidade, oferecendo experiências relevantes e promovendo o engajamento genuíno — as marcas não apenas sobrevivem à nova era sem cookies, como se fortalecem nela.

Se você busca transformar sua estratégia digital diante desse novo cenário, adaptar-se agora é o primeiro passo para liderar amanhã.