A ascensão da busca social

Durante anos, o Google foi a principal referência para quem procurava informações online. Quer escolher um restaurante? Vai no Google. Quer saber mais sobre um produto? Vai no Google. Mas as coisas estão mudando, e a chamada busca social está crescendo rapidamente.

Um novo comportamento de busca

De acordo com pesquisas recentes, entre o público de 18 a 24 anos, as plataformas mais usadas para busca são o Instagram (67 %), seguido pelo TikTok (62 %) e, só depois, o Google (61 %).

O que está impulsionando essa mudança?

  • Autenticidade: A geração mais jovem se conecta com conteúdos que parecem reais e espontâneos. Em vez de ler uma avaliação longa e impessoal, prefere ver um vídeo curto de alguém testando um produto, experimentando um restaurante ou viajando — algo que os mecanismos de busca tradicionais não oferecem da mesma forma.
  • Hábito social: Essa geração já nasceu conectada e cresceu com redes sociais no cotidiano. Fazer uma busca diretamente no TikTok ou Instagram é natural.
  • Formatos visuais: Vídeos curtos, imagens reais e influenciadores em ação têm mais impacto do que resultados puramente textuais.

Como as plataformas sociais estão se adaptando

  • Instagram: os conteúdos de contas profissionais — empresas ou criadores — estão cada vez mais visíveis na aba de busca, e já podem aparecer também em resultados externos, o que amplia o alcance das publicações.
  • TikTok: 57 % dos usuários utilizam a barra de busca dentro do aplicativo, e quase 25 % iniciam uma pesquisa em até 30 segundos após abrir o app.
  • Outras plataformas: Pinterest e YouTube também se consolidam como ferramentas de descoberta. Não são mais apenas canais de engajamento — tornaram-se motores de busca alternativos.

Implicações para marcas e estratégias de marketing

Se o seu público é jovem, estar no Instagram e no TikTok deixou de ser opcional. Mas não basta “ter uma conta”: é preciso ser encontrado no momento da busca.

Estratégias práticas:

  • Otimizar legendas e hashtags: use palavras-chave que o público realmente pesquisa dentro das plataformas.
  • Produzir vídeos curtos e diretos: conteúdos que respondem dúvidas, mostram processos ou apresentam produtos com naturalidade tendem a performar melhor.
  • Adaptar o conteúdo para cada plataforma: o que funciona no Instagram pode não funcionar no TikTok, e vice-versa.
  • Monitorar termos de busca dentro das redes: entender o que as pessoas digitam, o tipo de conteúdo que consomem e o formato que mais retém atenção.
  • Integrar SEO e busca social: pense no site e nas redes como pontos de entrada complementares da jornada do consumidor.

O impacto da busca social no SEO tradicional

O avanço da busca social não representa o fim do SEO, mas a sua evolução. As práticas clássicas — como backlinks, autoridade de domínio e otimização de conteúdo — continuam essenciais, porém precisam ser integradas ao comportamento das redes.

Nos ambientes sociais, o algoritmo valoriza engajamento e comportamento, e não apenas a relevância semântica. Um vídeo que gera comentários e compartilhamentos tende a aparecer mais, mesmo sem uma otimização textual sofisticada.

Como unir SEO e busca social

  • Sincronize palavras-chave e hashtags. Avalie termos que performam bem no Google e verifique se também são populares nas redes sociais.
  • Transforme conteúdos longos em formatos curtos. Artigos podem ser adaptados para vídeos, carrosséis e posts interativos, criando uma “rede de descoberta” em torno do mesmo tema.
  • Use dados sociais como insight. As buscas mais frequentes nas redes podem antecipar tendências de interesse que ainda nem chegaram aos buscadores tradicionais.

O poder da descoberta orgânica nas redes

Enquanto os buscadores tradicionais funcionam por intenção direta (“quero comprar X”), a busca social se baseia na descoberta espontânea (“acabei de ver um vídeo sobre X e me interessei”).

Isso muda completamente a jornada de compra. O usuário não parte de uma necessidade clara — ele é inspirado por um conteúdo visual e envolvente. Por isso, marcas que investem em conteúdo humanizado, criativo e autêntico conquistam resultados mais orgânicos do que aquelas que dependem apenas de anúncios.

A lógica é simples: primeiro você desperta o interesse; depois, gera a conversão.


O futuro da busca é híbrido

Não é realista imaginar que o Google deixará de ser o principal motor de busca. No entanto, as redes sociais estão assumindo um papel decisivo nas etapas iniciais da jornada do consumidor.

Em um futuro próximo, veremos um cenário híbrido:

  • O Google continuará sendo o espaço de confirmação e comparação — onde o usuário pesquisa preços e analisa opções.
  • As redes sociais serão o ambiente de descoberta — onde novas ideias, produtos e tendências ganham vida.

A marca que conectar inspiração nas redes e autoridade nos buscadores será a mais lembrada.


Conclusão

A ascensão da busca social é mais do que uma tendência tecnológica — é uma transformação cultural. O consumidor quer autenticidade, conexão e rapidez, e as redes entregam exatamente isso.

Para profissionais de marketing, publicidade e tecnologia, o desafio é claro:

  1. Criar conteúdo relevante, visual e interativo;
  2. Unir SEO e estratégias sociais de forma integrada;
  3. Entender que o futuro da busca não está apenas em “onde procurar”, mas em como as pessoas desejam descobrir.

A era da busca social já começou — e quem aprender a se posicionar agora terá vantagem quando o comportamento de consumo mudar de vez.