O Google Ads vai encerrar o direcionamento manual por idioma em campanhas de Search até 2025

Por que isso é importante para anunciantes

O Google Ads vai eliminar o direcionamento manual de idioma para campanhas de pesquisa (Search) até o final de 2025. A partir desse momento, o idioma será determinado 100% por IA, com os sistemas da plataforma identificando o idioma do usuário com base em sinais como termos da consulta, configurações do dispositivo, comportamento de navegação e outros.

1. Configuração mais simples, direcionamento mais inteligente

A criação de campanhas ficará mais ágil — não será mais necessário selecionar manualmente os idiomas. A IA visa aumentar a relevância dos anúncios ao detectar nuances de idioma em tempo real.

2. Redução no controle granular

Essa mudança reduz o nível de supervisão que o anunciante exerce. Em mercados multilíngues ou regiões com preferências diversas de idioma, a precisão pode ser afetada — anúncios podem ser exibidos para usuários em idiomas indesejados ou deixar de alcançar segmentos específicos.

3. Impactos no alcance & na performance

Embora a detecção por IA possa ampliar a cobertura, marcas que segmentam grupos de idioma muito específicos (por exemplo, falantes de francês no Canadá) podem enfrentar incertezas. O monitoramento constante de performance e estratégias adaptativas serão fundamentais.

4. Maior risco de desalinhamento do anúncio

Quando a IA assume definições críticas sem supervisão humana, há possibilidade de haver cópias de anúncio em idioma inadequado, reduzindo eficácia e gerando gasto desperdiçado.


Contexto mais amplo & implicações estratégicas

Essa atualização reforça o movimento contínuo da plataforma em direção à automação completa. Mudanças similares — como estrutura de campanha guiada por IA e melhorias no smart bidding — indicam uma tendência crescente de controle algorítmico.


Recomendações para anunciantes

  • Audite e monitore com atenção: compare métricas de desempenho antes e depois da remoção do direcionamento manual de idioma.
  • Teste versões da campanha: execute campanhas paralelas com anúncios em diferentes idiomas e monitore quais conversões performam melhor com o direcionamento automatizado.
  • Ajuste criativos para flexibilidade: garanta que a mensagem da cópia seja adequada para múltiplos idiomas ou utilize anúncios responsivos que acomodem perfis linguísticos mais amplos.
  • Localização onde importa: priorize a adaptação da página de destino para o idioma correto e defina cuidadosamente o direcionamento geográfico para compensar o menor controle sobre idioma.

O que permanece inalterado

Essa mudança se aplica apenas às campanhas de Search. Tipos de campanhas como Display, YouTube e Shopping continuarão com a configuração manual de idioma disponível.


Reações da comunidade e possíveis desafios

A notícia gerou debate entre anunciantes e especialistas em mídia digital. Muitos profissionais destacaram que o controle manual de idioma era essencial para otimizar campanhas locais e multilíngues — especialmente em países como o Brasil, Canadá, Índia e Suíça, onde o público fala mais de um idioma com frequência.

A principal preocupação é que o algoritmo do Google nem sempre consegue identificar corretamente o idioma de pesquisa quando o usuário mistura idiomas ou utiliza termos estrangeiros. Em casos assim, a automação pode reduzir a precisão e prejudicar o retorno sobre investimento (ROI).

Por outro lado, o Google argumenta que os avanços em IA generativa e modelos de linguagem permitirão compreender melhor a intenção do usuário, independentemente do idioma digitado. Isso significaria anúncios mais relevantes e menos restritos por barreiras linguísticas.


Como se preparar para a transição

O fim do direcionamento manual não será imediato. O Google planeja realizar o processo de forma gradual, permitindo que os anunciantes ajustem suas estratégias e testem os efeitos da mudança antes que ela se torne definitiva.

Para não ser pego de surpresa, especialistas recomendam:

  • Revisar campanhas antigas que dependem fortemente de segmentação por idioma;
  • Focar no contexto geográfico e cultural, ajustando palavras-chave e criativos de acordo com a localização;
  • Monitorar relatórios de desempenho com atenção redobrada, identificando possíveis quedas em impressões ou cliques de público relevante;
  • Explorar campanhas PMax (Performance Max), que já operam com IA integrada e podem oferecer uma transição mais suave para esse novo modelo automatizado.

O papel crescente da IA nas campanhas do Google Ads

A mudança reforça o avanço da automação em todos os aspectos da publicidade digital. Nos últimos anos, o Google vem substituindo gradualmente recursos manuais por sistemas baseados em aprendizado de máquina — como o fim dos anúncios de texto expandido, a priorização de campanhas inteligentes, e agora, a substituição do controle manual de idioma.

Segundo a empresa, o objetivo é simplificar a experiência do anunciante e melhorar o desempenho médio das campanhas. No entanto, isso também significa menos personalização e menos espaço para estratégias humanas detalhadas.

Profissionais de mídia digital alertam que a automação deve ser vista como uma ferramenta — não uma solução definitiva. As equipes de marketing continuarão sendo essenciais para interpretar dados, criar narrativas criativas e garantir que a inteligência artificial esteja realmente alinhada aos objetivos da marca.


Conclusão: um novo equilíbrio entre automação e controle

O fim do direcionamento manual por idioma no Google Ads marca mais um passo em direção a uma publicidade cada vez mais orientada por IA. Embora a mudança traga benefícios como maior alcance e simplificação das campanhas, também exige atenção estratégica para evitar perda de controle sobre o público e a mensagem.

Em um cenário onde a inteligência artificial define cada vez mais as regras do jogo, as marcas que se destacam serão aquelas capazes de equilibrar eficiência automatizada com planejamento humano inteligente. Entender os limites e as possibilidades dessa transição será essencial para manter campanhas eficazes e relevantes.