Plataforma de agentes de IA é ampliada para atender profissionais de marketing de empresas

Uma nova ferramenta — chamada Agent Composer — permitirá que empresas configurem e personalizem agentes com base nas políticas da marca e nas necessidades de fluxo de trabalho.

Uma provedora de software de experiência está ampliando suas ofertas de inteligência artificial para usuários corporativos, com uma nova geração de agentes de IA desenhada para ajudar empresas a automatizar fluxos de trabalho de experiência do cliente e operações de marketing.

A versão mais recente da plataforma se baseia em seu ecossistema de experiência e integração de dados em tempo real. A empresa afirma que conecta dados de clientes em tempo real, conteúdo e fluxos de trabalho em uma suíte de nuvem voltada à experiência. Os novos agentes fazem parte de um sistema mais amplo denominado “orquestrador de agentes”, que é um mecanismo de raciocínio que coordena tarefas em múltiplas etapas e interpreta a intenção do usuário em linguagem natural.

“Há muito ajudamos empresas a entregar experiências envolventes aos seus clientes, transformando dados digitais em insights acionáveis. Agora estamos aproveitando IA agênica para construir agentes especializados e integrá-los em fluxos de dados, conteúdo e criação de experiências.” disse um executivo sênior de engenharia da companhia.


Como os agentes de IA estão sendo utilizados

Segundo a empresa, a plataforma agênica permite que equipes automatizem processos de marketing e de experiência do cliente em diversos de seus produtos principais. Entre eles: plataforma de dados de clientes em tempo real, otimizador de jornada, gerenciador de experiência e análise de jornada do cliente.

O portfólio inicial inclui seis agentes “prontos para uso” para: construção de audiência, planejamento de jornada, experimentação, obtenção de insights de dados, otimização de site e suporte ao produto.

A empresa também afirmou que mais de 70% dos clientes elegíveis já estão usando seu assistente de IA conversacional, que conecta os usuários aos agentes através de seus sistemas e de terceiros. Também há a ferramenta Agent Composer em preparação, que permitirá que empresas configurem e personalizem seus agentes baseando-se nas diretrizes da marca e nas necessidades de fluxo de trabalho.

Além disso, há planos para abrir capacidades de desenvolvimento por meio de um SDK de agentes e um registro de agentes, permitindo que empresas e parceiros construam ou estendam suas próprias aplicações agênicas. Novas colaborações com empresas de serviços e de consultoria conectariam o framework agênico a ecossistemas externos de dados e serviços.

A abordagem combina ciência de decisão e modelos de linguagem para criar automação orientada a objetivos e adaptativa, apoiada por um processo de refinamento com “humano no loop”. A tecnologia é descrita como uma base para “ações contextualmente relevantes e resultados de negócio mensuráveis”.

A empresa posiciona essa expansão como parte de um esforço de longo prazo para integrar IA generativa e agênica em seu portfólio de software corporativo — algo que reforçará sua presença em marketing digital e gestão de experiência do cliente.


O que isso significa para profissionais de marketing e empresas

Para quem atua em marketing ou gestão de experiência do cliente (CX), essa evolução representa uma nova camada de automação inteligente. Alguns dos impactos mais relevantes:

  • Segmentação de audiência mais autônoma: Com um agente focado em audiência, empresas podem rapidamente definir, escalar e otimizar segmentos ativáveis, com recomendações acionáveis e monitoramento de KPIs prontos.
  • Orquestração de jornada automatizada: Um agente de jornada pode ajudar a criar e otimizar jornadas de clientes em múltiplos canais (web, mobile, e-mail etc.), considerando pontos de abandono e refinando interações.
  • Experimentação reforçada por IA: Em vez de depender exclusivamente de analistas para propor hipóteses de testes, o agente de experimentação analisa desempenho anterior, gera insights e acelera ciclo de teste → ação.
  • Insights de dados democratizados: Com o agente de insights, times além de dados podem visualizar, prever e remediar iniciativas de experiência, diminuindo gargalos de acesso à inteligência.
  • Otimização contínua de website: Um agente voltado a site automático detecta problemas críticos — como links quebrados ou páginas com baixo desempenho — e apoia a equipe na correção.
  • Suporte ao produto com IA: Um agente de suporte ao produto usa várias fontes de conhecimento e dados organizacionais para agilizar o fluxo de atendimento e treinamento interno.

Dessa forma, equipes de marketing e experiência do cliente podem dedicar menos tempo a tarefas operacionais repetitivas e mais energia à criação de conexões reais e diferenciais de marca.


Considerações de implementação

Alguns pontos que vale considerar ao avaliar ou adotar esse tipo de solução:

  • Governança e personalização: A capacidade de personalizar agentes segundo políticas da marca e necessidades específicas é crucial — sem isso, há risco de desalinhamento entre o agente e a voz da marca.
  • Integração de dados e ecossistemas: A plataforma assume que há dados de cliente em tempo real, conteúdo e fluxos de trabalho conectados; empresas sem essa base podem ter um caminho de maturação maior.
  • Humano no loop: Mesmo com automações mais avançadas, é fundamental manter supervisão humana para garantir relevância, adequação e controle de qualidade.
  • Adoção e mudança cultural: A implantação de agentes de IA não é apenas tecnológica, envolve mudança de processos e mentalidade, de modo que equipes estejam preparadas para confiar e colaborar com “assistentes” de IA.
  • Mensuração de resultados: Automação por si só não basta — o foco em resultados de negócio mensuráveis e retorno sobre investimento deve estar claro desde o início.

O papel crescente dos agentes de IA no marketing moderno

A ascensão dos agentes de IA marca um ponto de virada importante para o marketing corporativo. Durante anos, a automação de marketing concentrou-se em fluxos de e-mail, campanhas pagas e relatórios de desempenho. Agora, a nova geração de AI Agents promete ir muito além disso — aprendendo padrões, tomando decisões autônomas e ajustando campanhas em tempo real, sem depender apenas de regras pré-definidas.

Esses agentes são capazes de entender a intenção por trás das ações dos usuários, cruzar dados de comportamento com contexto de negócio e gerar respostas dinâmicas. Em vez de simplesmente executar tarefas repetitivas, eles passam a “raciocinar” dentro de limites definidos pela equipe de marketing, funcionando como assistentes estratégicos que operam 24 horas por dia.

Para marcas que lidam com grandes volumes de dados, essa abordagem traz eficiência e consistência, permitindo respostas mais rápidas a variações de mercado, mudanças de comportamento e oportunidades de engajamento.


De ferramentas isoladas a ecossistemas inteligentes

Um dos maiores desafios do marketing moderno é a integração: dados, conteúdo, anúncios, CRM, automação e relatórios frequentemente ficam dispersos em diferentes plataformas. A proposta dos agentes de IA é justamente conectar esses pontos — transformando múltiplos sistemas em um ecossistema coordenado.

Com a integração entre análise de dados, geração de conteúdo e orquestração de jornadas, o marketing passa a operar como um organismo vivo:

  • A análise em tempo real alimenta a criação de novas campanhas;
  • Os testes automatizados ajustam continuamente a performance;
  • O conteúdo gerado por IA é validado pelo agente de marca para garantir coerência visual e verbal.

Essa convergência reduz o tempo entre insight e execução — e redefine o que entendemos como “agilidade” no marketing.


A importância da ética e da transparência

Ao mesmo tempo em que os agentes de IA trazem ganhos expressivos de produtividade, eles também levantam questões éticas e regulatórias. Entre elas:

  • Uso responsável de dados e conformidade com leis de privacidade;
  • Transparência em decisões automatizadas;
  • Evitar viés algorítmico em processos de segmentação e personalização;
  • Garantir revisão humana em mensagens sensíveis ou de alto impacto.

Especialistas em marketing e tecnologia defendem que o futuro da automação inteligente depende da construção de confiança — tanto dentro das empresas quanto com o público. Isso significa que a supervisão humana continuará essencial, não apenas como controle de qualidade, mas como guardiã da identidade e dos valores da marca.


Preparando sua marca para o futuro agênico

O avanço das tecnologias agênicas (derivadas de “agente”) aponta para um novo paradigma: campanhas que se adaptam sozinhas, assistentes que entendem objetivos de negócio e plataformas que aprendem com cada interação.

Para se preparar para essa transição, as empresas devem:

  1. Mapear processos repetitivos de marketing e CX que podem ser automatizados;
  2. Investir na centralização de dados de clientes para alimentar os agentes;
  3. Estabelecer guidelines de marca e tom de voz que sirvam como “parâmetros éticos” para IA;
  4. Treinar as equipes para colaborar com sistemas inteligentes em vez de substituí-los;
  5. Mensurar resultados continuamente, ajustando KPIs à nova realidade da automação cognitiva.

Em última instância, os agentes de IA não substituem o marketing humano — eles o amplificam. Com eles, a criatividade ganha escala, o tempo se torna um ativo mais bem utilizado e a personalização alcança níveis que antes pareciam impossíveis.


Conclusão

O futuro do marketing corporativo será moldado por uma colaboração entre humanos e agentes inteligentes. As empresas que aprenderem a alinhar estratégia, dados e tecnologia terão vantagem competitiva não apenas na produtividade, mas na construção de experiências memoráveis e autênticas.

Mais do que uma revolução tecnológica, a era dos agentes de IA representa uma mudança de mentalidade: do controle absoluto para a co-criação, do manual para o inteligente, do operacional para o estratégico.
O desafio — e a oportunidade — é transformar essas ferramentas em extensões inteligentes da marca, capazes de aprender, criar e evoluir com o público.