Tendências da moda primavera/verão 2026 que você precisa ficar de olho

Sim, eu sei — você acabou de comprar os itens essenciais para o outono/inverno de 2025, e eu já estou falando sobre as tendências para primavera/verão de 2026. Se isso for demais para você agora, sinta-se livre para guardar esse conteúdo para quando o sol voltar a aparecer. Mas, se você quer estar à frente, vestir como as profissionais da moda e manter-se atualizada, é uma boa prática acompanhar aquilo que vem por aí.

O Fashion Month da estação P/V 26 acaba de ser concluído nas “Big Four” capitais da moda: Nova York, Londres, Milão e Paris. O calendário da moda sempre antecipa as coleções para dar tempo a compradores e lojas de absorverem as ideias, decidir o que vender e fazer pedidos para a temporada futura.

Algumas tendências, como os ombros estruturados com enchimento (um traço forte da estética “power dressing” dos anos 80), seguem dominando desde o outono/inverno passado. A moda adora o novo, mas as tendências mais influentes são aquelas que duram algumas estações — ou até anos — evoluindo aos poucos, em vez de estarem sempre mudando conforme o que viralizou nas redes.

Veja a seguir as tendências mais significativas das passarelas para primavera/verão 2026 — apostas seguras para o próximo ano e além:


Nas franjas

Uma das tendências mais marcantes nas passarelas recentes foi o uso de texturas e franjas. Esse movimento não surgiu do nada: acompanha a retomada do estilo boho, mas parece ter explodido agora, aparecendo em jaquetas com fios tecnológicos (fibre optic) e em saias com acabamentos que lembram anêmonas, além de acessórios com pompons nas passarelas.

E não é só franja: o apreço pela textura se estende até para as plumas. Em uma das coleções, foi apresentada uma versão vegetal inovadora das penas.


Nem todos heróis usam capas… mas as divas sim!

O glamour do velho cinema (Hollywood clássico) vem retornando com força, especialmente nas passarelas mais dramáticas. Capas ganham protagonismo em estilos vintage e sofisticados, como visto em desfiles de marcas renomadas. Uma peça chamativa — capa — volta como elemento de impacto e elegância.


Uma dobra no tempo

Tecidos amassados propositalmente — que pareçam enrugados — já vinham aparecendo, mas podem se tornar tendência de massa agora. Modelagens que imitam vincos e dobras surgem em tops estruturados, bolsas com aspecto “amassado” e peças que exploram a ideia de imperfeição proposital.


Colorindo com ousadia

Adeus aos tons pastel discretos: cores vivas estão de volta com tudo. Os desfiles recentes trouxeram uma paleta vibrante com laranjas, amarelos, verdes e outras cores intensas. O mais interessante não é tanto o tom exato, mas o uso estratégico dessas cores para dar vida ao look. Se você se sentir confiante, pode até investir em contrastes fortes (color blocking).


Joias chamativas

Em sintonia com a estética dos anos 80, as joias com presença voltam com tudo. Aquelas peças mínimas deixaram de bastar: os acessórios precisam causar impacto. Colares, brincos e ornamentos metálicos, exagerados ou com pedras grandes, aparecem com destaque. Algumas criações remetem até a versões futuristas desses estilos ousados.


O retorno do dourado

O dourado metálico está com tudo novamente — e não apenas nos acessórios. Tecidos laminados e brilhos metálicos aparecem em vestidos inteiros, jaquetas e até peças casuais. A nova leitura do dourado é mais refinada: menos “ostentação”, mais sofisticação e confiança. A mensagem é clara: o brilho está de volta como símbolo de empoderamento e otimismo.


Minimalismo com alma

Depois de tantas temporadas marcadas por maximalismo e exagero visual, surge uma resposta natural: o minimalismo emocional. Tecidos lisos, cortes precisos e silhuetas simples aparecem como um respiro de leveza. Não é o minimalismo frio dos anos 1990, mas uma abordagem mais humana — peças confortáveis, com toque suave e caimento fluido, que comunicam elegância sem esforço.

Essa tendência reflete também um comportamento de consumo: menos peças, mas com mais propósito. Marcas e consumidores buscam cada vez mais designs duradouros e atemporais, uma pauta que conecta moda à sustentabilidade — e que certamente influencia como as marcas comunicam seus valores.


O romance continua

Laços, babados e transparências continuam firmes, mas agora com uma dose de humor e autoexpressão. Saias vaporosas, blusas de tule e vestidos com volumes leves resgatam a feminilidade de forma moderna, sem cair no clichê.

O segredo dessa tendência está na mistura: combinar elementos delicados com peças urbanas e funcionais. Assim, o look ganha personalidade — um contraste que tem tudo a ver com o espírito contemporâneo da moda e da publicidade, onde o romântico e o rebelde convivem em harmonia.


Esportividade refinada

A estética esportiva permanece forte, mas evolui para um território mais elegante. Materiais técnicos e modelagens inspiradas em uniformes atléticos aparecem em versões luxuosas, combinadas com alfaiataria e tecidos nobres. É o chamado athluxe — a fusão entre performance e sofisticação.

Mais do que uma tendência de estilo, esse movimento expressa uma mudança de mentalidade: o conforto se tornou indispensável, mas sem abrir mão da estética. A moda absorve o ritmo de vida moderno — prático, conectado e dinâmico — traduzindo o equilíbrio entre bem-estar e aparência.


Natureza 2.0

A conexão com o natural ganha novas interpretações. Estampas botânicas, tecidos sustentáveis e referências à flora e fauna aparecem em looks futuristas e tecnológicos. A “moda verde” agora é digital: marcas experimentam novos materiais biodegradáveis e até têxteis inteligentes.

Essa tendência também conversa com o avanço das tecnologias vestíveis (wearables), que unem moda e inovação. A ideia de um guarda-roupa que monitora o corpo, muda de cor ou se adapta ao clima já não parece tão distante — e pode se tornar o grande diferencial das próximas coleções.


Silhuetas arquitetônicas

A modelagem ganha protagonismo: volumes esculpidos, cortes assimétricos e formas tridimensionais transformam o corpo em obra de arte. Essa tendência reflete uma influência clara da arquitetura e do design industrial — reforçando o diálogo entre moda e tecnologia.

Peças estruturadas, ombros marcantes e linhas geométricas criam uma estética futurista que representa a mulher de 2026: forte, criativa e multifacetada.


O que tudo isso significa

As tendências de 2026 mostram uma moda mais madura, híbrida e expressiva. Em vez de seguir um único caminho, ela se divide entre o brilho e o minimalismo, o natural e o digital, o romântico e o urbano.

Essa pluralidade reflete uma nova era — em que estilo é, acima de tudo, comunicação. Cada escolha estética se torna uma forma de narrativa, de expressão de valores e de posicionamento pessoal ou de marca.

Em um mundo cada vez mais visual, as tendências da moda não influenciam apenas o que vestimos, mas também como marcas constroem identidade, storytelling e percepção de valor. E isso, claro, é algo que os profissionais de marketing e branding devem observar com atenção.