Geração Z abandona o Google em favor de TikTok e Instagram à medida que a “busca social” ganha força

Uma nova pesquisa com mais de mil consumidores nos Estados Unidos indica uma mudança significativa no comportamento da Geração Z: jovens entre 18 e 24 anos estão deixando o Google em segundo plano quando buscam informações — especialmente no contexto local.

Para esse grupo, o Instagram já é a plataforma de busca preferida, usada por 67% dos entrevistados. O TikTok aparece logo em seguida, utilizado por 62% dos jovens para descobrir lugares, serviços, dicas e conteúdos relevantes. O Google fica apenas em terceiro lugar, com 61%. Como muitos participantes usam mais de uma plataforma simultaneamente, os percentuais ultrapassam 100%.

Outro ponto importante: outras redes sociais também entram no jogo. Cerca de 45% da Geração Z utiliza o Snapchat para buscas, e até redes consideradas mais voltadas ao público adulto aparecem como ferramentas de descoberta.

Especialistas sugerem que o Google enfrenta uma disputa real pela atenção da geração mais jovem — uma disputa que está diretamente relacionada à forma como esses usuários consomem conteúdo e confiam em recomendações visuais e sociais.


O que essa mudança representa para o marketing digital

Para profissionais de marketing, publicidade e tecnologia, essa virada traz desafios e, principalmente, novas oportunidades. A seguir, alguns pontos estratégicos que surgem dessa transformação:

• A busca social precisa entrar na estratégia de SEO

SEO já não pode ser pensado apenas para mecanismos de busca tradicionais. Agora, é necessário considerar como o conteúdo aparece dentro das redes sociais — especialmente em plataformas centradas em vídeos curtos e recomendações algorítmicas.

• Conteúdo visual, rápido e autêntico é prioridade

Vídeos curtos, reviews espontâneos, demonstrações práticas e conteúdos com “cara de vida real” são hoje a principal porta de entrada para a descoberta de marcas e serviços entre jovens.

• A intenção de busca muda de plataforma

Perguntas como “onde comer?”, “melhor salão perto de mim”, “ideias de viagem” ou “melhores apps para estudar” migram rapidamente para TikTok e Instagram. Marca que não está lá — simplesmente não existe para esse público.

• A presença social torna-se parte central do branding

A construção de marca passa, obrigatoriamente, por consistência nas redes sociais. Isso envolve frequência, estilo, linguagem, identidade visual e profundidade narrativa — não apenas publicações esporádicas.


Por que a Geração Z prefere o TikTok e o Instagram para buscar informações?

Essa mudança não acontece por acaso. A Geração Z cresceu conectada, consumindo conteúdo em vídeo, influenciada por criadores e altamente habituada a navegar por plataformas que funcionam como grandes motores de recomendação.

Três fatores estão acelerando essa migração:

1. A velocidade da resposta visual

Em vez de navegar por múltiplos links ou textos longos, os jovens buscam respostas rápidas, visuais e diretas — como tutoriais curtos, reviews, depoimentos e guias práticos.
O TikTok, especialmente, entrega resultados em questão de segundos, com vídeos que respondem exatamente à intenção do usuário.

2. Confiança em criadores reais

A geração mais jovem valoriza opiniões de pessoas comuns, influenciadores e microcriadores que apresentam experiências reais — e não apenas conteúdos institucionalizados.
Ver alguém experimentando um restaurante, produto ou serviço ao vivo gera confiança imediata.

3. Algoritmos mais alinhados aos interesses pessoais

Enquanto a busca tradicional exige palavras-chave, filtros e cliques, as plataformas sociais já conhecem o comportamento do usuário e recomendam conteúdo extremamente relevante, muitas vezes antes mesmo da pessoa buscar.

Essa combinação faz com que a “busca social” pareça mais humana, mais personalizada e mais eficiente.


O impacto dessa mudança para marcas e empresas

A transição para busca social tem consequências diretas na forma como empresas precisam planejar sua presença digital.

SEO deixa de ser apenas técnico e passa a ser experiencial

Agora, o “rankear bem” também significa:

  • aparecer na aba de busca do TikTok;
  • ter conteúdo que atenda às respostas comuns que as pessoas procuram;
  • publicar vídeos que se comportam como respostas;
  • entender como os algoritmos de recomendação funcionam.

Ou seja, SEO social se torna tão importante quanto SEO tradicional.

A autoridade da marca depende de conteúdo constante

Não basta ter um bom site.
É necessário:

  • publicar com regularidade,
  • responder dúvidas,
  • usar linguagem natural,
  • aparecer em tendências relevantes,
  • e se posicionar visualmente.

Marcas que não produzem conteúdo constante perdem espaço para criadores que ocupam essa conversa.

Search ads podem se tornar menos eficientes para o público jovem

Se o público migra sua atenção, parte da verba de mídia naturalmente seguirá o mesmo caminho.

Isso significa uma tendência de crescimento ainda maior em:

  • anúncios no TikTok,
  • campanhas com influenciadores,
  • conteúdos patrocinados em Reels,
  • formatos de recomendação nativa.

O investimento passa a ser menos “busca por palavra-chave” e mais “busca por contexto e estilo de vida”.


Profissionais de marketing precisam repensar métricas e estratégias

Com a busca social se tornando dominante entre jovens, algumas métricas ganham mais peso:

  • Retenção de vídeo
  • Compartilhamentos
  • Salvamentos
  • Taxa de pesquisa interna dentro da plataforma
  • Volume de menções orgânicas
  • Engajamento por intenção (comentários com perguntas e dúvidas)

O marketing deixa de ser apenas sobre alcance e passa a ser sobre ser encontrado.


Como se preparar para a era da busca social

Aqui estão algumas recomendações práticas para empresas, marcas e criadores:

1. Produza vídeos que funcionam como respostas curtas

Demonstrações, explicações rápidas, “como fazer”, dicas e listas.

2. Organize conteúdos por temas e intenções

Crie playlists, séries e conteúdos recorrentes.

3. Priorize autenticidade ao invés de perfeição

A Geração Z valoriza vulnerabilidade e naturalidade — não só produções cinematográficas.

4. Estude tendências, hashtags e formatos

As plataformas sociais privilegiam o conteúdo que segue comportamentos nativos.

5. Use influenciadores como extensão da sua estratégia de busca

Eles se tornam “resultado de pesquisa” para milhares de pessoas.


Conclusão

O comportamento da Geração Z redefine o conceito de busca na internet. O “campo de batalha” informacional está se movendo do buscador tradicional para plataformas sociais, onde vídeos, influenciadores e recomendações visuais moldam decisões.

Para marcas e profissionais de marketing, adaptar-se a esse cenário não é mais uma opção — é uma questão de relevância.